Da série: Cartas de Adeus…

Achei essa escondida….numa porção de emails antigos…

Assim, pra que enrolar né?

Eu e você sabemos que papinho aqui e papinho cá, não vão dar em nada.
Essa coisa de vou pensar e te aviso, ficou pra trás. Se não resolveu no momento, no ato, na hora, deixa pra lá. Não tem mais jeito. Quando tem que pensar muito é porque já não vale mais a pena.

Quem sente muito, não pensa. Sente e faz. Sem orgulho, sem medo, sem pensar no que vai vir. Deixa de ser morno e vira quente, fervendo.

E nós dois só fomos bons quando fomos quentes. Nas brigas e na cama, só foi bom enquanto teve paixão. A gente não funciona sendo morno, sendo mais ou menos, sendo sem graça. E vamos combinar que nós estamos muito sem graça.

Enfim, pra tentar ser objetiva, não venha agora com lindas palavras, dizer que eu mexo com você, que ainda sente alguma coisa, mas que vai pensar se assume uma coisa ou
outra.

Depois de tudo o que eu passei o mínimo que eu merecia, se eurealmente mexesse com você, era um tiquinho de esforço seu pra me reconquistar.

Porque você é muito acomodado, fala, fala e não faz nada. Fica esperando pra saber se eu vou ceder pra aí tomar uma atitude. Ou deve ficar aí comparando a antiga com a nova pra ver qual é melhor.

Aí eu quero cortar relações e você me enrola. Fica nesse chove e não molha que me deixa impaciente, quase de mau humor. Porque eu cansei de ser idiota, de ser tratada
como um brinquedinho que você deixa guardado na gaveta e brinca de vez em quando só pra ele não ficar sentido.

Então no fim das contas, acho que acabou tudo por aqui. Mesmo. Superamos, mas acho que nenhum de nós está pronto pra ficar de papinho. Nós não vamos conseguir ser amigos, porque nunca fomos. Esse é um joguinho que eu não quero entrar e também não quero perder.

Sendo mais clara, não estou cortando, mas estou evitando qualquer relação. A partir de agora é vida solo. Sem contatos, se for necessário bloquear, excluir, apagar telefones, farei. Não vou me permitir sofrer por você outra vez. Nem dar a chance de ouvir você falar coisas pra mim e ter a sensação de estar sendo mantida à margem, mas não junto.

Ninguém fala determinadas coisas, some, continua em outro relacionamento e acha normal. Pelo menos não no meu mundo.
Eu vou gostar de quem gosta de mim e me faz bem. Por que, por mais que eu queira, eu não vou me enganar. Eu conheço seus passos e eu vejo seus erros. Não há nada de novo, ainda somos iguais. Então não me chame e não olhe para trás.

Nunca mais.

Fique ou deixe ir..

Ela encontrou com ele na melhor época de suas vidas. Ele se rendeu aos seus encantos. Eram apenas sorrisos, noites quentes, aventura. Não assumiam nada. Preferiam o gosto da liberdade, o medo de perder, a certeza da volta.

E assim viveram. Fingindo que não existiam dores, desconfianças e mágoas. Eram, sobretudo, companheiros. De almoços no domingo, de tristezas compartilhadas, de bebedeiras. Estavam ali um para o outro. Eram o aconchego da noite, a malícia do dia.

O tempo veio. Ela passou a amar. Ele continuou na paixão. Ela tinha ciúme e queria dele mais. Queria dele o mundo que ele mostrava ter mas não queria dar. Ele fingia que não sabia do que ela estava falando. Até perder-se em outro sorriso.

Ele foi. Ela ficou.

Sem avisar. Sem explicações. Ele entregou o mundo a outra. Disse que entregou. Mas de tempos em tempos volta e relembra a paixão que teve com ela. A importância dela.

Ele vai. Mas não deixa Ela ir.

Ele ainda não passou a amar. Ninguém. Ele não sabe. Ele não sabe vê-la feliz longe dele. Ela sofre. Mas ela sabe que é hora de partir, para sempre. Sem olhar para trás.

Eles não esqueceram a paixão, mas seguiram caminhos diferentes. Existe o momento em que ou se fica e arrisca o mundo para estar junto. Ou simplesmente se deixa ir. Só assim a vida segue adiante.

O que encontrarão lá na frente, ninguém pode saber.

Ela encontrará Ele. E Ele encontrará Ela. Resta saber quem serão eles.

*Post Colaborativo: Para a querida Marina  =)

Desapego? Eu?

“Eu acho que o problema é que você é muito desapego” – ouvi eu de uma amiga essa semana. E não foi a primeira vez. Nem a primeira pessoa. Desapego, eu?

Parei para pensar. Será que o problema sou mesmo eu? Teve uma época que eu fui chamada de coração blindado, coração de gelo e sem coração… Em sequencia, por pessoas diferentes. Poxa vida, não é bem assim. Não é nada assim.

Eu adoro escrever cartas. E agradar. E imaginar e viver histórias juntos. Eu tenho uma trilha sonora para cada pessoa que passou pela minha vida. E um cheiro. E eu não saber como agir ou falar sem parar são os sinais de que alguma coisa está bem errada, ou certa.  Eu gosto de dormir junto e conversar na cama. Odeio acordar correndo. Mas para tudo isso acontecer eu preciso de tempo.

Tenho uma porção de amigas que chamam todos os caras que saem por apelidos carinhosos: “Lindo, Amor, Gato, Magia…” Eu chamo pelo nome que conheci.  Acho tão genérico chamar por alguma coisa que não o nome. O “Lindo” pode ser qualquer um.  É prático, não confunde. Veja bem… eu, num outro período aí, fui o Pratinho, a Lindinha, a Bunitinha, o Presentinho.  Nenhum desses aí foi pra frente. Não teria como. Nenhum deles queria saber quem era eu de verdade. Não sou contra apelidos, meu nome é muito mais o meu apelido que meu nome mesmo. Mas eu prefiro conhecer primeiro. E o dia que eu tiver intimidade o suficiente, e carinho, acho algo que tenha a ver com pessoa. Ou com a gente. Enfim.

Não consigo dar longos beijos no meio da roda de amigos. Não fico de mão dada o tempo todo. Nem do lado, também. Gosto de gente que se divirta sem precisar de mim. Não sei ficar abraçadinha no bar, trocando carinhos. Não é que não troque carinhos, mas sou realmente mais contida.

Não. Não vou no banheiro junto e nunca vou entender porque as pessoas tem que acompanhar as outras pra isso. A não ser que você vá também.  Odeio sombra. Quer ir ao bar, vai. Quero ficar, fico. Só não demora.

Um amigo disse: “Você foi traída porque dava liberdade demais. O fulano saía sozinho o tempo todo”. Ah gente, sério? Eu acho que ninguém é obrigado a ficar com ninguém. E se neguinho quer trair vai trair. Eu sei disso e todo mundo sabe também.  Não tirem minha liberdade. Não diga onde posso ou não posso ir. Acho que a gente tem que ir onde quer desde que se tenha bom senso.

Não olho celular. Nem email. Nem quero ter a senha de nada. Quem procura acha. Digo com conhecimento de causa. Mas também não vão olhar o meu.

Não faço jogos. Falo tudo do meu jeito. Até demais. Me arrependo depois. Finjo ser descolada e não ligar muito. Logo depois falo todo o contrário e a verdade. Não é que sou desapego é que não gosto muito de enrolações.

Olhando de novo. Acho que sou meio desapego mesmo.